A senhora da mercearia...
... chama-me de amor, ó de queridinha.
Eu tenho sempre uma sensação estranha de invasão enquanto compro a alface para o jantar e lá do fundo sai um... ó amorzinho anda cá! E dá-me para rir... mesmo para rir às gargalhadas. E ela fica com um ar muito curioso a olhar para mim e repete : andas sempre tão bem disposta minha queridinha...
Mas ontem foi diferente. Entrei e nem um boa tarde eu ouvi. E quando dei por mim estava a consolar a mágoa e a limpar as lágrimas de uma pessoa que eu mal conheço. E ela falou e falou ... e eu ali, às vezes ouvia com atenção, outras sinceramente pensava nas belas cerejas e uvas que tinha na mão.
(há pessoas com muita carência de afectos... senti pena dela, a sério que senti )
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