... mas sinceramente não sei se é possível.
Gosto de ver pessoas entusiasmadas com o que fazem. Gosto de sentir a energia que se gera, quando alguém explica um projecto, ou uma ideia e realmente acredita naquilo. E gosto de tal maneira que começo a sentir essa energia dentro de mim. Apetece-me produzir, agarrar, criar e fazer algo construtivo.
Acredito que só fazem sentido as coisas que nascem assim, fruto de amor e dedicação.
Ontem senti isso no colégio da minha filha. Senti que o colégio não está parado, estagnado e resignado ao que existe. Sinto que estudam, que pesquisam que querem ser melhor. E isso, para mim, é tão ou mais importante que o resultado em si.
Mas numa apresentação assim consegue-se ver as coisas de diferentes perspectivas, ou melhor, consegue-se sentir as diferenças que existem nas pessoas, nos pais. As diferentes preocupações de cada um. O que acham importante, o que querem dos filhos.
O que eu quero, é que dêem espaço à minha filha, que lhe apresentem soluções para ela se encontrar, para ela explorar, para ela se conhecer. Quero que ela aprenda com erros, mas que experimente, que viva. Quero que saiba ajudar o próximo, que não discrimine, quero que respeite... e depois de tudo isso, quero que seja uma futura boa aluna, etc. Mas mesmo só depois de tudo o resto.
Hoje, talvez por ela ainda ser muito nova, ainda não me preocupa o facto de ela saber ler e escrever. Não me preocupa o facto de vivermos num mundo competitivo. Isso das competições tem muito que se lhe diga!
Há sempre quem fale muito. Quem questione muito. Muitas vezes pelo prazer de dizer qual quer coisa em voz alta, ou apenas por ser do contra... ou porque , ou porque.
Há quem observe calado, há quem fale com o vizinho do lado.
Há quem esteja apenas numa conversa paralela.
Há quem falte.
Há também quem não se interesse.
Para mim, é a decisão mais importante da minha vida. Não é a casa, ou o carro, ou a profissão...
A apresentação do novo projecto fez-me bem (menos ao estômago, porque estava cheia de fome). Fez-me bem por me relembrar o porquê de ter escolhido aquele, como o colégio da minha filha.
Não por causa das instalações, ou por causa de ser um colégio de nome, ou porque fica bem, ou porque, ou porque...
Escolhi-o porque gosto da massa humana. Gosto de pessoas que querem mais e melhor. Que estudem, pensem, transmitam, etc. Gosto de pessoas que têm valores com os quais eu me identifico. Só assim me faz sentido.
E são as pessoas que dão vida a uma casa!