segunda-feira, abril 09, 2007

O meu piriquito e o caldo de camarão

É mais uma memória da minha infãncia. Uma de muitas, solta por aqui. Lembrei-me dela quando no final da noite de Domingo de Páscoa a minha mãe colocou um caldinho de camarão na mesa. Acho que já não via um caldinho de camarão, desde os meus 8, 9 anos.

Sempre tive muitos animais de estimação (não sei ao certo se já não escrevi sobre eles aqui neste meu cantinho). Vivia em pleno coração de Lisboa, mas tive a sorte de ter um quintal com galinhas e coelhos e muitos outros bichinhos.

Lembro-me do meu piriquito branco. Do especial que ele era. O que o distinguia de todos os outros piriquitos é que o meu voava livremente, voltava para a gaiola quando queria. Provava da liberdade da rua, e do quentinho da nossa casa.

Um dia, de tão livre que era, aterrou na panela em cima do fogão.
Um dia ele deixou de ser branquinho e passou a ser castanho.

Agarrei nele embrulhei-o num guardanapo de pano e limpei-lhe o corpo as asas, as penas... dois dias depois ele morreu.

Eu chorei nesse dia e nunca mais comi caldo de camarão.

2 comentários:

Lúcia disse...

Desculpa, mas deu-me vontade de rir.

Anónimo disse...

Vivias em que parte de Lisboa?