O meu piriquito e o caldo de camarão
É mais uma memória da minha infãncia. Uma de muitas, solta por aqui. Lembrei-me dela quando no final da noite de Domingo de Páscoa a minha mãe colocou um caldinho de camarão na mesa. Acho que já não via um caldinho de camarão, desde os meus 8, 9 anos.
Sempre tive muitos animais de estimação (não sei ao certo se já não escrevi sobre eles aqui neste meu cantinho). Vivia em pleno coração de Lisboa, mas tive a sorte de ter um quintal com galinhas e coelhos e muitos outros bichinhos.
Lembro-me do meu piriquito branco. Do especial que ele era. O que o distinguia de todos os outros piriquitos é que o meu voava livremente, voltava para a gaiola quando queria. Provava da liberdade da rua, e do quentinho da nossa casa.
Um dia, de tão livre que era, aterrou na panela em cima do fogão.
Um dia ele deixou de ser branquinho e passou a ser castanho.
Agarrei nele embrulhei-o num guardanapo de pano e limpei-lhe o corpo as asas, as penas... dois dias depois ele morreu.
Eu chorei nesse dia e nunca mais comi caldo de camarão.
2 comentários:
Desculpa, mas deu-me vontade de rir.
Vivias em que parte de Lisboa?
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